Existe uma série de inter-relações comprovadas cientificamente entre a obesidade, o consumo elevado de gorduras e o desenvolvimento de doenças neurológicas. Aliás, são inúmeras as evidências científicas de que a obesidade e suas comorbidades metabólicas, como a resistência à insulina, hiperglicemia e diabetes tipo 2, são risco de gatilho para doenças neurodegenerativas como o Parkinson e a doença de Alzheimer.
Estudos recentes da Universidade de Cambridge, Inglaterra, registram que déficits de memória são significativamente mais prevalentes em pacientes com obesidade. Uma neuro-inflamação crônica pode afetar a fisiologia do cérebro, alterar o humor e o comportamento, provocando maior risco de depressão e ansiedade.
Outra pesquisa sobre obesidade e danos cerebrais em adolescentes, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) em conjunto com a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), com imagens obtidas a partir de ressonância magnética, evidencia alterações em regiões responsáveis pelo controle das emoções e do apetite, bem como pela cognição.
Obesidade e o Risco de AVC
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem como fatores de risco cardiovasculares a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo e a obesidade. Essas doenças causam danos nos vasos que propiciam a deposição de placas de gordura, assim como a formação de trombos (coágulos) nos vasos. Eles aumentam a chance tanto de AVC isquêmico quanto hemorrágico. Contudo, são fatores passíveis de modificação e, portanto, possíveis de controle com um bom tratamento clínico.
A Complexa Relação entre Obesidade e Sono
Outra relação comum é entre sono e obesidade. Tanto os distúrbios do sono propiciam a obesidade quanto o contrário. Muitos pacientes obesos se queixam com frequência de sonolência em excesso durante o dia e sono que não descansa. Isso acontece justamente porque a qualidade do sono está ruim, mesmo que a quantidade de horas seja satisfatória para a idade.
A propósito, há trabalhos científicos diversos comprovando que o sono insuficiente leva à diminuição do hormônio da saciedade e aumento do hormônio responsável pela fome. Resulta, assim, em distúrbios de apetite e ingestão alimentar inadequada com mais chances de obesidade. Em geral, é necessário tratar as duas entidades – tanto a obesidade quanto o distúrbio de sono.
Devido a essas e outras condições, é essencial que todos os médicos, em particular, os neurologistas, tenham sempre atenção no atendimento de pacientes com obesidade. A Dra. Erika Tavares, neurologista em Jaraguá do Sul e Joinville, oferece uma abordagem completa para pacientes que buscam entender e tratar as interrelações entre obesidade, saúde cerebral e bem-estar geral.